Codependencia

Alguns familiares, cônjuges e companheiros(as), se dedicam excessivamente aos parentes com alcoolismo, drogas ou outros transtornos da personalidade.

mulher com aparencia de sofrimento

Intrigante e até misteriosa, é a aparente perseverança com que alguns familiares, normalmente cônjuges e companheiros(as), se dedicam aos parentes com problemas de dependência, alcoolismo, jogo patológico ou outro transtorno grave da personalidade. Difícil entender como e porque essas pessoas suportam heroicamente todo tipo de comportamento problemático, ou até atitudes sociopáticas dos companheiros(as), como se assumissem uma espécie de desígnio ou “carma”, para o qual fossem condenados para todo o sempre.

Não se consegue compreender porque essas pessoas abrem mão da possibilidade de ser feliz ou de diminuir o sofrimento, permanecendo atreladas à pessoa problemática, suportando toda a tirania de sua anormalidade, como se esse fosse o único papel reservado pelo destino.

Os profissionais com prática no exercício da clínica psiquiátrica sabem das dificuldades existenciais dessas pessoas codependentes, ou seja, “dependentes” dos companheiros(as) problemáticos, quando estes deixam o vício. Parece que os codependentes ficaram órfãos, de uma hora para outra, perdidos e sem propósito de vida. Não é raro que passem elas, as pessoas codependentes, a apresentar problemas semelhantes àqueles dos antigos dependentes que cuidavam.

Codependência é um transtorno emocional definido e conceituado por volta das décadas de 70 e 80, relacionada aos familiares dos dependentes químicos, e atualmente estendido também aos casos de alcoolismo, de jogo patológico e outros problemas sérios da personalidade.

Codependentes são esses familiares, normalmente cônjuge ou companheira(o), que vivem em função da pessoa problemática, fazendo desta tutela obsessiva a razão de suas vidas, sentindo-se úteis e com objetivos apenas quando estão diante do dependente e de seus problemas. São pessoas que têm baixa auto-estima, intenso sentimento de culpa e não conseguem se desvencilhar da pessoa dependente.

O que parece ficar claro é que os codependentes vivem tentando ajudar a outra pessoa, esquecendo, na maior parte do tempo, de cuidar de sua própria vida, auto-anulando sua própria pessoa em função do outro e dos comportamentos insanos desse outro. Essa atitude patológica costuma acometer mães (e pais), esposas (e maridos) e namoradas(os) de alcoolistas, dependentes químicos, jogadores compulsivos, alguns sociopatas, sexuais compulsivos, etc.

Terapia Comunitária Integrativa (TCI)

A rede de Terapia Comunitária no Brasil tem atuado nas áreas de saúde, educação e segurança pública.

A Terapia Comunitária virou política pública de saúde, em nível federal, a partir de 2008, quando passou a integrar a Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC) do Departamento de Atenção Básica do Ministério da Saúde.

É uma prática de intervenção coletiva que visa criar e fortalecer os laços sociais. Aproveita os recursos da própria comunidade para criar soluções para as dificuldades. É um espaço de acolhimento que favorece a troca de experiências entre as pessoas.

A TCI é desenvolvida em formato de roda. Cada participante da sessão é corresponsável pelo processo terapêutico individual e coletivo. A partilha de experiências favorece o resgate da identidade, a restauração da autoestima e da autoconfiança e a ampliação da percepção. A prática está fundamentada em cinco eixos teóricos: pedagogia de Paulo Freire, Teoria da Comunicação, o pensamento sistêmico, a antropologia cultural e a resiliência.

O trabalho realizado pela TCI reforça a autoestima, promovendo redes solidárias de apoio e otimizando recursos disponíveis da comunidade. A possibilidade de ouvir a si mesmo e aos outros participantes traz outros significados às suas vivências, conquistas, potencialidades e aos seus sofrimentos, diminuído o processo de somatização e complicações clínicas.

Portarias do SUS sobre a TCI:

Portaria Nº 145 de 11/01/2017:

Inclui novos procedimentos na lista de práticas integrativas do Sistema Único de Saúde (SUS) criando novos códigos para cobrança dos procedimentos realizados, incluindo a Terapia Comunitária Integrativa.

Portaria SES Nº521 de 2016:

Institui a criação de uma Política Estadual de Práticas Integrativas e Complementares em Saúde para o Estado da Bahia, em consonância com a Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC) no SUS, traçada pelo Ministério da Saúde.

Fazer Terapia quando? Porque?

Quando em nossa vida as coisas parecem não se encaixar.

Ao perdermos alguma coisa ou alguém importante para nós.

Por ex.,quando você se torna íntima em um relacionamento, o amor aumenta. Como resultado, sentimentos mais dolorosos, profundos que estavam guardados, mas que precisarão ser curados virão a tona.Por estar amando você se sente mais confiante, assim ficamos confusos quando esses sentimentos, normalmente represados, vêm à tona. Para cura-los, precisamos compartilhar com outra pessoa, mas estamos com medo ou vergonha demais para revelar o que estamos sentindo. Nesses momentos, sem nenhuma razão aparente, nos sentimos deprimidos, tristes, distantes, mas isso mostra os sintomas que vieram a tona e foram bloqueados. Nesse momento mostramos aspectos de nossa personalidades que as vezes escondemos de nos mesmos, o que costumávamos ser (máscaras), começam a ser percebidas, e concluímos, desde muito cedo, aprender a ser de determinadas formas para conseguir o amor do outro.Tentamos reprimir os sentimentos, emoções e com isso baixamos nossa auto-estima, e quando nos sentimos seguros do amor do outro, começamos a nos mostrar. Nossas máscaras também começam a nos mostrar muito dos nossos bloqueios, quando repetidos acontecimentos amorosos começam a nos acontecer. Isto é, cometemos sempre as mesmas atitudes e conseqüentemente baixamos o nosso amor próprio, julgando que não somos merecedores do amor . Se for no campo do trabalho aspecto semelhante pode correr, damos um poder ao outro para nos deixar mal,sentimentos profundos vem a tona, projetamos esses sentimentos no outro, no chefe , no colega, etc.Se, já não nos conseguíamos, sentimos seguros para expressar esses sentimentos para nossos pais ou amigos, não teremos coragem de expressar esses sentimentos na presença do atual relacionamento, ou chefe, portanto esses sentimentos serão novamente bloqueados e isso nós torna cada vez mais insensíveis. É nesse momento que ter um aconselhamento é muito útil, quando você está com alguém em que não esteja projetando seus medos, você poderá processar sentimentos que estão vindo a tona.

Estar com alguém, que possa nos ouvir, ajuda-nos a elaborar os sentimentos e encontrar uma saída para assuntos, que julgamos sem solução. Num espaço afetivo e seguro, criamos uma abertura para que as emoções doloridas sejam compartilhadas. Nosso parceiro pode apenas nos ouvir e apoiar. Compreender como nosso passado continua a afetar nossos relacionamentos, mas as vezes não sentimos segurança para prosseguir falando de nosso passado. As vezes o sentimento é de aprisionamento nas experiências e dores vividas . Precisamos compreender as razões, por vezes que a vida nos fechou as portas, e principalmente, quanta vezes eu mesma participei nesse movimento de exclusão. Assim, nos libertar para aceitar o fluxo e refluxo do amor e das adversidades. Confiar no amor e no poder mágico deste, nos tornando flexíveis, compreendendo nossas máscaras (defesas) e fazendo as mudanças necessárias para que o amor, a segurança e a autoestima flua dentro de nós.

Devemos apreender nos desapegar do passado, de experiências dolorosas, de aspectos de nossa infância, de valores, crenças socais, legados familiares e integrar novos conhecimentos e sabedoria interior, permitir-nos o perdão, superando as mágoas e ressentimentos, aprendendo a mudar através das experiências afetivas, e ao deixar de julgar, de criticar, de se vitimar, de acusar, de se omitir, você poderá criar uma relação afetiva com alguém especial, ou com muitas pessoas especiais, com amigos, familiares enfim, a terapia ensina você começar fazer uma poupança emocional!